Capítulo 15 – O Último Oceano: Ashin e Kyogre, Uma Despedida Silenciosa
O tempo passou.
Algumas semanas após a partida de Erina, o mar havia se acalmado… mas não o coração de Ashin.
Ele passou seus dias treinando, meditando, nadando nas águas profundas… sempre com Kyogre ao seu lado.
O lendário o guiava pelas correntes ocultas do oceano, pelas ruínas antigas de Hoenn, e até mesmo pelos mares entre continentes.
Mas naquela manhã — diferente das outras — Kyogre não surgiu logo ao amanhecer.
Ashin, em pé sobre as rochas do penhasco de Slateport, sentia a brisa.
Foi quando a água abaixo se iluminou em azul.
Kyogre finalmente apareceu… mas seus olhos carregavam um tom diferente. Sereno. Triste. Determinado.
Ashin entendeu imediatamente.
— ...É hora, né?
Kyogre ficou em silêncio, mas a resposta ecoou diretamente na mente dele:
> Seu caminho é humano, Ashin Ketsu. O meu... é ancestral. Guardar o mar, vigiar os ciclos, desaparecer nas marés.
Ashin caminhou até a beirada. As ondas batiam com força. O céu estava cinza, mas não chovia.
— Você esteve comigo nos piores momentos… lutou comigo contra Groudon… contra o mundo.
— E agora… eu não sei como continuar sem você.
Kyogre se aproximou. Seu corpo gigantesco fez as ondas se erguerem suavemente, como um abraço.
> Você não vai continuar sem mim. Vai continuar com tudo o que aprendeu.
Com a coragem que cresceu. Com a sabedoria da água.
Ashin estendeu a mão. Colocou-a na testa do lendário, sentindo a energia ancestral vibrar uma última vez.
> Sempre que você ouvir o mar, eu estarei lá. Sempre que você cair… a maré te levantará.
O jovem fechou os olhos.
E sussurrou:
— Obrigado, Kyogre. Por ser mais que um parceiro… por ser meu amigo.
—
A Promessa
Kyogre recuou lentamente, mergulhando de volta nas profundezas.
Antes de desaparecer completamente, lançou uma pequena esfera azul, que flutuou até as mãos de Ashin.
Era um fragmento cristalizado da Relíquia do Mar.
> Carregue isso com você. Quando o mundo estiver à beira do fim… e só o mar puder salvar, eu voltarei.
Ashin segurou a relíquia junto ao peito, ajoelhado. As lágrimas caíam, mas dessa vez… não eram de dor.
Eram de honra.
De gratidão.
Kyogre desapareceu, como névoa na água.
---
O Caminho Solitário
Horas depois, Ashin caminhava por uma nova trilha, com roupas de viagem, mochila reforçada e olhar firme.
Era só ele agora.
Sem Charizard.
Sem Sceptile.
Sem Metang.
Sem Erina.
Sem Kyogre.
Apenas Ashin Ketsu.
Mas ele não estava vazio.
Ele estava preparado.
— Daqui a quatro anos… eu vou estar no palco mundial.
E todos vão saber…
Que o mar me ensinou a lutar.
---
Fim do Arco "O Menino do Mar"