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Chapter 5 - FESTIVAL DE OUTONO

Todos os garotos se espalharam, tentando se esconder da atenção enquanto eu, ainda respirando pesadamente, corria junto com eles. A adrenalina ainda estava no ar, mas logo tudo começou a se acalmar. A multidão do festival estava vibrante e cheia de energia. Fiquei impressionado com o que via. O festival era tão nostálgico, com jovens cantando e dançando, como uma verdadeira viagem no tempo.

Finalmente, cheguei ao tal festival.

As ruas estavam iluminadas, e as pessoas usavam roupas casuais típicas dos anos 80. As casas ainda estavam decoradas com lanternas de papel e produtos da colheita, criando um ambiente tranquilo e acolhedor.

Praticamente todas as ruas, cada canto do festival, estava adornado com lanternas coloridas. Havia barracas vendendo comida típica ao ar livre, e a mistura entre o tradicional e a moda moderna tornava tudo tão vibrante e único. Era difícil não reparar nas ombreiras e nos penteados volumosos, que eu não podia deixar de achar um pouco exagerados, mas que, de algum modo, faziam parte daquele charme retrô.

Olhei ao redor e avistei um grupo de idosos reunidos na praça, jogando Yutnori (um tradicional jogo de tabuleiro). O ambiente estava impregnado de tradição, mas ao mesmo tempo, pulsava a energia jovem ao redor.

Quando entrei no festival, percebi que o local tinha ares de um clube, mas com um toque bem anos 80. Telões gigantes, câmeras filmando a todo instante, e uma grande plateia de jovens como eu, todos apaixonados pela música. No palco, uma música do Michael Jackson começou a tocar, fazendo a galera vibrar. Mas logo, a música mudou, e foi a vez de Madonna embalar a competição. Os jovens começaram a se dividir, competindo entre si, e eu sentia que a cada batida de música, a adrenalina aumentava.

Parecia ser apenas uma viagem, mas quando me dei conta, já estava envolvido naquela atmosfera dos anos 80. Já estava agindo como eles, andando e falando como eles. O mundo era tão nostálgico.

Estava tão surpreso. As ruas, os locais... eram bem diferentes do que eu já vi ou ouvi falar. Como era bom aquele lugar. Um pouco antigo, meio brega, mas parecia divertido.

Os jovens me olharam com estranheza.

— E aí, garoto, você é estrangeiro? Essas vestes são um pouco diferentes. Isto é... Geosanghada. Onde estão seus pais? — me encarou com um olhar sincero. Eu senti que dentro dele havia meu pai, mas do nada, desmontei um sorriso brincalhão.(Lee Tea-Jin)

— Para de importunar o garoto, não tá vendo que ele é estrangeiro? As roupas dele são diferentes, talvez ele seja como o Yuko — olhou para Yuko, que apenas sorriu e se aproximou.

Yuko, o bilíngue do grupo, misturava inglês com francês frequentemente, com um toque de sotaque japonês, mas falava muito bem o dialeto de Busan.

— How are you? Prazer, me chamo Yuko. Também sou estrangeiro e o meu sonho é ser um dançarino de jazz — falou dançando. Os garotos riram porque ele não tinha essa segurança, tinha medo do palco. Porém, mesmo nervoso, se movimentava ao som das batidas.

— Tá bom, garotinho. De onde você é?- Ji-yong disse o encarando.

Então, contei tudo. Eles se olharam com rostos de deboche e, em um só uníssono, se aproximaram. Começaram a encarar Lee Tae-Jin.

— Pensando bem, vocês são bem parecidos — falou Min-Jae com olhar sério, mas segurando o sorriso.

Ji-Hon se aproximou e disse:

— Desde quando você tem um filho? Engravidou alguém? Quem é a garota na jogada? — falou segurando o riso.

Ele apenas riu sarcasticamente e disse:

— Idiotas! Não tá na cara que eu e esse garoto temos a mesma idade? Só vocês pra pensar isso… esse cara é maluco! — e me expulsou do local.

Antes de sair, respirei fundo e disse:

— Tá bom… meu nome é Lee Jin e tudo que eu falei é verdade — falei com receio. Ainda era viva a cena daquele tapa.

Não queria mais voltar, era uma sensação de medo e liberdade.

Quando estava saindo do local, de repente, o som da guitarra ecoava...

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