Fazia sete anos que eu não ouvia aquele nome.
Desde a noite em que saí da casa dele, com a camisa sem um botão, o orgulho ferido e o coração prestes a se desfazer. Desde que jurei que nunca mais aceitaria nada vindo dele, nem olhares, nem desculpas, muito menos trabalho.
— Johan — chamou meu colaborador, batendo a porta da sala, entrando como um furacão. — Olha isso aqui. — Ele disse e colocou um envelope sobre a mesa.
Tinha um bilhete nele:
"Para Johan Hild, que tanto me ignora"
— Mandaram pra minha mesa, você tem noção? Você os nega tanto, que agora já parece pessoal.
Encarei aquele selo carimbado por dois segundos. Meu estômago se revirou.
— Não. — Minha resposta foi seca. — Manda outro diretor. Qualquer um.
— Eles insistem que seja você, cara. Eu adoraria fazer.
Eles me mandaram um e-mail, eu recusei e vou continuar recusando.