Akira se aproximou do balcão, sua presença marcante ainda ecoando pela sala. Quando ele finalmente parou em frente à jovem coelha, ela olhou para cima, suas orelhas se mexendo levemente, incapaz de esconder a curiosidade.
"Bem-vindos à Guilda dos Mercadores", disse ela, com um tom profissional, mas com um brilho de entusiasmo. "Como posso ajudar?"
Akira inclinou a cabeça levemente, num gesto educado e gracioso.
"Gostaria de registrar oficialmente meu negócio", respondeu ele, com a voz calma, mas cheia de convicção. "Tenho planos de abrir uma loja nesta cidade."
Os olhos da atendente brilharam ainda mais. Ela pegou um pergaminho e uma pena, pronta para iniciar o processo.
"Nome completo?" ele perguntou.
"Akira Silvaran", respondeu o elfo sem hesitar.
Alguns sussurros surgiram ao fundo. Silvaran era um nome antigo entre os elfos, associado a linhagens nobres e mercadores lendários.
O coelho sorriu, escrevendo o nome.
"Qual é o seu ramo de atividade?"
Akira pensou por um momento, ponderando.
"Produtos diversos", disse ele finalmente. "Pretendo trabalhar com itens raros, ingredientes exóticos, equipamentos, utensílios mágicos e, claro, servir a todos sem distinção."
Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.
"Até... clientes demoníacos?" ela perguntou, num tom quase brincalhão, testando os limites da cordialidade dele.
Akira sorriu suavemente.
"Até o próprio Rei Demônio, se desejar algo da minha loja, será recebido com o mesmo respeito", declarou ele. "Meus negócios serão abertos a todos, sem preconceitos. Os negócios devem ser uma ponte, não uma barreira."
A sala inteira ficou em silêncio por um segundo, então algumas risadas e murmúrios de aprovação ecoaram. A neutralidade e a diplomacia de Akira o diferenciavam ainda mais.
O atendente pareceu satisfeito, preenchendo o restante dos documentos.
— Muito bem, Sr. Silvaran. Sua licença estará pronta em dois dias. A Guilda deseja sucesso em seus empreendimentos. Tenho certeza de que sua loja logo será o assunto da cidade.
Akira assentiu em agradecimento.
Ao sair do balcão, percebeu que muitos ainda o observavam, mas o clima havia mudado. Agora, além da curiosidade, havia respeito — e até mesmo uma pitada de admiração.
Seu primeiro passo havia sido dado. Em breve, a cidade inteira saberia seu nome. E sua loja, um refúgio para todos, estava prestes a nascer.
— Com licença, mas você pode me recomendar alguém que venda terrenos ou lojas? — disse Akira, virando-se para o coelhinho. — Como preciso abrir uma loja, preciso de um espaço que esteja de acordo com a minha linha de pensamento.
A coelha sorriu, movendo suas orelhas animadamente.
— Claro, Sr. Silvaran! Aqui na Guilda, temos um quadro de ofertas de terrenos e estabelecimentos comerciais para venda ou aluguel. Aliás, alguns são indicados especificamente para negócios diferentes como o seu — ela apontou para uma parede lateral, onde vários pergaminhos estavam fixados, cada um com uma descrição, preço e localização.
Akira agradeceu e caminhou até o tabuleiro, examinando as opções com cuidado. Ele sabia que o local certo faria toda a diferença em seus planos.
Agora, era questão de escolher o terreno perfeito e dar o próximo passo para construir seu legado.
Havia um terreno de 1000 metros quadrados ali, avaliado em 1000 moedas de ouro, Akira o tirou e mostrou ao coelho
Lá estava, entre as dezenas de anúncios, um pergaminho que lhe chamou a atenção: um amplo terreno, de mil metros quadrados, bem localizado, perto das rotas comerciais da cidade. O preço? Mil moedas de ouro.
Akira pegou o pergaminho e voltou ao balcão, mostrando-o ao coelho, que imediatamente reconheceu o anúncio.
"Ah, excelente escolha!", comentou ela, com os olhos brilhando de entusiasmo. "Este terreno pertence à família Reinhardt, antigos comerciantes de especiarias. Está desocupado há algum tempo, mas é muito valorizado devido à sua localização. Com mil metros quadrados, é possível construir não só a loja, mas também um pequeno armazém ou até mesmo salas privativas para negociações especiais."
Akira assentiu, tirando da bolsa uma sacola pesada cheia de moedas brilhantes e colocando-a cuidadosamente sobre o balcão. O tilintar das moedas chamou a atenção dos presentes.
"Aqui estão as mil moedas de ouro", disse ele calmamente. "Quero finalizar a compra agora, se possível."
"Imediatamente, Sr. Silvaran!", respondeu ela, já preparando os documentos da transferência. "Com este investimento, a Guilda terá o prazer de formalizar o terreno em seu nome. E tenho certeza de que em breve sua loja será uma das mais visitadas da cidade."
Akira sorriu discretamente enquanto observava o contrato ser selado. Mais um passo havia sido dado — e o terreno que seria a base do seu negócio estava oficialmente em suas mãos.
Código Oficial da Guilda dos Mercadores
A Guilda dos Mercadores é a entidade que regula, organiza e protege as atividades comerciais nas cidades, vilas e regiões sob sua jurisdição. Sua existência visa promover a prosperidade econômica, garantir o respeito entre os comerciantes e assegurar que os negócios ocorram de forma justa e controlada.
I. Princípios Fundamentais da Guilda
Neutralidade Comercial: Todos os estabelecimentos registrados devem atender qualquer cliente, independentemente de raça, espécie, nacionalidade, credo ou filiação política.
Respeito à Competição: Não é permitido sabotar, ameaçar ou difamar os competidores. Disputas devem ser resolvidas por meio da mediação da Guilda.
Transparência: Os produtos devem ser vendidos com descrição clara, origem conhecida e informações verdadeiras. Fraude é crime grave.
II. Produtos Permitidos
Produtos de uso diário: alimentos, roupas, utensílios domésticos.
Ferramentas e equipamentos agrícolas ou industriais.
Poções e medicamentos básicos (com aprovação da Guilda).
Armas comuns e equipamentos de defesa, com licença específica.
Itens mágicos de categoria baixa e moderada (sob inspeção da Guilda).
Livros, mapas e documentos públicos ou autorizados.
Ingredientes raros e exóticos, desde que não sejam proibidos.
III. Produtos Proibidos ou Restritos
Itens de origem necromântica, amaldiçoada ou corrompida.
Poções ou substâncias que alteram permanentemente o corpo ou a mente.
Venenos letais (restritos a membros licenciados da Guilda dos Assassinos).
Artefatos de invocação demoníaca ou magia de destruição em massa.
Escravos, exceto em regiões onde tal prática é legalizada e supervisionada.
Produtos roubados, saqueados ou não comprovados.
Observação: itens restritos podem ser negociados com aprovação especial da Guilda, sujeitos a altas taxas e auditorias frequentes.
IV. Taxas e Obrigações
5% dos lucros mensais devem ser pagos à Guilda.
Itens mágicos ou raros estão sujeitos a um imposto adicional de 10%.
As licenças para venda de armas, poções ou ingredientes exóticos têm um custo inicial e são renovadas anualmente.
O não pagamento das taxas resulta em multas, suspensão da licença ou confisco dos bens.
V. Proteção e Benefícios para o Comerciante
Direito à proteção contra ameaças externas pela Guilda.
Acesso ao "Livro de Oportunidades" com informações sobre terrenos, leilões e eventos comerciais.
Mediação de disputas com clientes ou concorrentes.
Reconhecimento oficial que atrai mais clientela.
VI. Penalidades
Venda de itens proibidos: multa pesada, perda da licença e possível prisão.
Fraude ou engano: multa, retratação obrigatória e fiscalização reforçada.
Sabotagem ou agressão a concorrentes: suspensão ou banimento temporário.
Envolvimento com o crime organizado: confisco total de bens e banimento vitalício.
Nota Final:
A Guilda dos Mercadores é conhecida por sua tradição e influência. Respeitar suas leis garante estabilidade e sucesso em qualquer empreendimento.
— Could you explain the taxes involved? I want to keep my store in full compliance with the law — he asked, his voice calm but determined.
The attendant nodded.
— Of course. For businesses registered with the Guild, the monthly tax is 5% on the declared profit. Magical or rare items are subject to an additional 10% fee, according to the Guild Code. In addition, there is the annual fee for renewing the license, which varies according to the sector, but in the case of a diversified business like yours, it will be 150 gold coins per year.
Akira nodded, mentally calculating the costs. It was a considerable investment, but essential to building his reputation.
After formalizing the purchase of the land and ensuring that everything was properly registered, Akira left the Guild determined to take the next steps. He knew that the success of his store would depend not only on the location, but also on a competent team aligned with his ideals.
Walking through the city streets, he began to observe people carefully, looking for potential employees for his future shop. He needed individuals who shared his vision: respect for everyone, friendly service, and knowledge of rare and exotic goods. He made mental notes as he crossed paths with skilled artisans, alchemist apprentices, and even a few demihumans experienced in negotiations. He was in no hurry; building a legacy required careful choices. The land was now his. The foundation was laid. The next step: forming the team that would bring to life the shop that would soon be known throughout the city—a haven where anyone, even the Demon King, would be treated with respect and dignity. "Could you explain the taxes involved? I want to keep my shop in full compliance with the laws," he asked, his voice calm but determined. The attendant nodded. "Of course. For businesses registered with the Guild, the monthly tax is 5% on the declared profits." Magical or rare items are subject to an additional 10% fee, according to the Guild Code. In addition, there is an annual license renewal fee, which varies according to the industry, but in the case of a diversified business like his, it will be 15 gold coins per year.
Akira nodded, mentally calculating the costs. It was a considerable investment, but essential to building his reputation.
After formalizing the purchase of the land and ensuring that everything was properly registered, Akira left the Guild determined to take the next steps. He knew that the success of his store would depend not only on the location, but also on a competent team aligned with his ideals.
Walking through the city streets, he began to observe people carefully, looking for potential employees for his future store. He needed individuals who shared his vision: respect for everyone, friendly service, and knowledge of rare and exotic goods.
He made mental notes as he crossed paths with skilled artisans, apprentice alchemists, and even a few demihumans experienced in negotiations. He was in no hurry; building a legacy required careful choices.
The land was now his. The groundwork had been laid.
The next step: forming the team that would bring to life the shop that would soon be known throughout the city—a haven where anyone, even the Demon King, would be treated with respect and dignity.